Pude testemunhar, durante o fim de semana, a mesma notícia pipocando em diferentes sites, fossem eles voltados para nosso público ou não: Advocate, Gay.com.br, G1, Folha, O Globo, BBC Brasil, NY Times, Reuters. Quem não viu, ainda vai ver: com certeza o destaque da semana na mídia LGBT internacional será o ocorrido em Tel Aviv nesse primeiro de agosto.
Pouco antes da meia-noite, um homem vestido de preto (como os judeus ultraortodoxos) entrou em um imóvel da Associação de Gays e Lésbicas de Tel Aviv e atirou com uma arma automática em todas as direções antes de fugir, até agora com sucesso, segundo testemunhas. (…) Segundo os serviços de emergência, a maior parte de feridos são menores e as duas vítimas fatais são um homem de 26 anos e uma menina de 16.
Foram muitos os comentários tristes e raivosos referindo-se ao ataque, e é justo que eles sejam feitos. O protesto é mais do que necessário, especialmente num caso triste como esse. Foi bonito de ver as palavras “Tel Aviv” chegando aos tópicos mais mencionados do Twitter, com pessoas de todos os países prestando solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade LGBT em geral.
Entre os comentários em tempo real, me chamou atenção a colocação de Paulo Giacomini: após 40 anos e guardadas as diferenças, massacre anti-gay em Tel Aviv pode se tornar o ’stonewall’ israelense dos 2000’s. De fato, o ataque foi bastante simbólico e pode dar um gás à luta israelense (e porque não mundial) pela igualdade.
Logo após o incidente, as semelhanças com Stonewall se tornam ainda mais claras. Assim como foi em 1969, o primeiro protesto contra os assassinatos de Tel Aviv ocorreu de forma espontânea, já na madrugada de domingo. E, da mesma forma que os gays norte-americanos recusaram-se a abandonar o bar mesmo com a repressão violenta dos policiais, os frequentadores do centro de convivência israelense não deixaram que a violência os intimidasse, reabrindo o espaço na segunda-feira, de acordo com informações do jornal Haaretz.
Esse é o caso mais grave de homofobia no país desde 2005, quando três participantes da parada gay de Tel Aviv – a única no Oriente Médio – foram esfaqueados. Como a identidade do agressor permanece desconhecida, ainda não estão claros os motivos imediatos do ataque, o que não impediu que líderes ultraortodoxos fossem cobrados publicamente por seus posicionamentos homofóbicos.
Uma outra cobrança se deu no campo das nomenclaturas: as autoridades policiais israelenses logo esclareceram que o caso não era de “terrorismo”. De fato, esses assassinatos destoariam da maioria dos ataques terroristas sofridos pelos judeus. Lideranças homossexuais locais exigem que o caso seja encarado, sim, como terrorismo.
Se ignorarmos o local onde os tiros foram disparados, as mortes de Nir Katz, 26 anos, conselheiro do grupo, e de Liz Trubeshi, 16 anos, simpatizante, não diferem em nada daquelas motivadas por explosões de homens-bomba. Nessa discussão, podemos deixar etnia e orientação sexual de lado, e o que resta continua inaceitável: são mortes brutais e aleatórias, motivadas por inaceitação da diferença.
(Redação final: Carol)
É dificil entender como depois de tanto tem, tanta evolução... ainda existem pessoas assim. É uma pena... não pra mim, nem para os outros gays do mundo, MAS para as pessoas de mente franca que ainda pensam dessa forma antiga e preconceituosa.
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